quinta-feira, 18 de abril de 2024

Teia (Fios de Seda)

Eu primeiro te escondi no bolsinho da minha antiga carteira. No pneu do carro que fica parado na garagem. No maço do cigarro que eu evito fumar.

Depois eu te perdi num lugar não tão longe assim. Na pedra que fica na rua de trás e que as vezes eu insisto em tropeçar. No quartinho da bagunça nos fundos da casa da minha vó. No vagão do metrô que sempre tá cheio e que eu (quase) nunca consigo entrar.

Pode até não parecer, mas eu juro que quando te plantei de propósito no jardim da vizinha, foi torcendo pra você não florescer e crescer a ponto de invadir a janela da minha casa. Mas se um dia, por acaso, eu desejar novamente te esbarrar, espero não conseguir MESMO te encontrar.

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